segunda-feira, 4 de julho de 2011

A VISÃO DE EZEQUIEL

A VISÃO DE EZEQUIEL.

Ezequiel 10: 1-4

Ezequiel é conhecido como o profeta das visões. Quase um terço de suas mensagens foram dadas por meio de visões.
            Ele foi ao mesmo tempo sacerdote e profeta. Por isso sua mensagem é repleta de referência ao templo. Ele condena o sacrilégio na casa do Senhor, prediz a destruição do templo e vaticina a sua reconstrução.
            Foi um dos poucos homens a ter uma visão do céu e continuar vivo para contar a tremenda experiência, ele ficou tão pasmado e admirado com a visão que permaneceu atônito por 7 dias.

O que ele viu?

Cinco anos após ter sido levado cativo para Babilônia, ele teve uma visão de uma nuvem tempestuosa vinda do Norte. Esta nuvem tinha no centro algo como metal brilhante e um resplendor ao seu redor. Quando a nuvem se aproximou, ele viu 4 seres viventes voando de um lado para o outro dentro daquela luz resplandecente.
            Entre esses seres havia carvão em brasa e perto deles haviam grandes rodas que tocavam na terra e alcançavam os céus.
            As rodas podiam ir em quatro direções. Nos aros das rodas haviam olhos cintilantes.
            As rodas e as criaturas eram ativadas pelo Espírito; obedecendo instantaneamente a cada ordem que lhes era dada.
            Todos estes objetos e criaturas estavam em movimento e criando um som ensurdecedor. Quando de repente tudo silenciou.
            O silêncio total foi quebrado pelo som de uma voz que vinha do alto. Ezequiel olhou para a direção donde vinha a voz e viu, acima de uma expansão cristalina um trono de safira azul. No meio do trono encontrava-se a glória de Deus na forma de fogo e metal incandescente e circundado o trono havia um arco-íris com resplendor multicolor.
Esta visão é na verdade uma representação simbólica do mundo espiritual invisível. De modo que o significado não se restringe aos objetos visíveis; mas no significado espiritual que eles representam.

Aprendemos algumas verdades a partir da visão de Ezequiel.

  1. Nesta visão Deus é visto num trono com rodas.
É do Trono que procedem as grandes decisões que abalam e fazem a história humana se desenrolar. O livro que se acha na mão direita daquele que está assentado no trono é o livro da história humana. Por isso, o juízo sobre os poderes malignos deste mundo são derramados a partir do trono, e é dele que procedem os vaticínios inescapáveis que caem sobre a humanidade. É diante de um grande trono branco que a humanidade será julgada.
O trono é um lugar de reverência, de temor e tremor perante a santidade divina. Ninguém olha para Deus e brinca com Deus daí pra frente. O trono desmonta toda a estrutura da vida humana. (Isaías 6).
Foi assim nos dias de Whiterfield e de Wesley. Havia um Deus santo na percepção deles; foi assim também nos dias de Finney. Jonathan Eduards. Tem sido assim em qualquer outro lugar ou ocasião. Avivamentos acontecem quando as pessoas ficam perplexas diante daquele que está assentado no trono.

  1. As rodas gigantes simbolizavam os atributos da onisciência de Deus (olhos nos aros das rodas) e sua onipresença (rodas dentro das rodas).

  1. Os quatro seres viventes.


Esses seres são criaturas sacerdotais cujas existências se explicam e se plenificam no culto a Deus, diante do Trono. A razão de ser deles é Deus, o culto e o trono.
Esses seres são marcados por uma espiritualidade de olho aberto.
Esses seres nos ensinam um projeto de espiritualidade baseado em força, sacrifício, inteligência e objetividade.
Você é convidado a ter a força do leão vivendo em santa agressividade, mas sem estupidez.
Você é considerado a se oferecer em sacrifício vivo como um cordeiro, mas em plenitude de consciência e voluntariedade.
Você também é convidado a viver com a inteligência do homem que oferece a Deus espiritualidade lúcida, inteligente, sábia e articulada.
Você também é convidado a praticar a objetividade do vôo da águia, que mira a presa e corre atrás dela. É uma espiritualidade que tem rumo, que não fica ai tateando.
Esses seres viventes tem rumo, tem alvo, tem projeto, tem direção, tem santa obstinação, tem tenacidade, estão indo a algum lugar, e para onde eles estão indo é para a glória de Deus.
           
  1. O trono de Deus é um trono de Fogo. E nós somos convidados a encher as mãos de brasas acesas e lançá-las sobre a cidade. 
Há hoje muita heresia no mercado da fé. As prateleiras religiosas estão abarrotadas de muitos produtos belamente embalados para atrair os gostos variados da freguesia. Há muita religiosidade que, embora pareça atraente e convincente, não passa de fogo estranho no altar de Deus. O fogo estranho é aquele que não vem do céu, é fabricado pelo homem. Não vem como resposta e favor de Deus, mas é produzido artificialmente pelo homem para impressionar, como se tivesse o selo divino. O fogo estranho é aquele criado fora dos princípios das Escrituras. Ele é muito parecido com o fogo verdadeiro. Ele impressiona as pessoas. Ele atrai muitos curiosos.
            Estamos vendo, com tristeza e pesar, muitas pessoas dando ao povo um caldo venenoso em vez do verdadeiro cereal do céu. Há morte na panela. Há fogo estranho no altar. Muitos são atraídos por toda a sorte de novidades que aparecem em nome de fogo divino. Alguns líderes religiosos se tornaram verdadeiros mágicos na fabricação de fogo fátuo. Conseguem fazer verdadeiros malabarismos pirotécnicos para impressionar os incautos, guiando as pessoas cegas pelas veredas escorregadias de uma subjetividade enganadora, sem o referencial seguro das Escrituras. Outros lideres negociam milagres, voltando à prática medieval das indulgências, em que a salvação se comprava com dinheiro. Há lideres que se especializam em apelos sentimentalistas, fazendo promessas enganadoras ao povo em nome de Deus, para arrancar polpudas somas de dinheiro, para engordar os cofres famintos de uma casta inescrupulosa. Existem muitos mercenários travestidos de pastores, empoleirados no púlpito, com a Bíblia aberta, blasonando uma verborragia sedutora, pregando outro evangelho, fazendo milagres, expulsando demônios, profetizando, mas ai mesmo tempo vivendo a iniqüidade, dominados por uma ganância insaciável, acendendo fogo estranho no altar. Há igrejas chamadas evangélicas que estão criando um verdadeiro sincretismo religioso, trazendo a tona um evangelho mágico, imiscuído com praticas pagãs, encorajando os fiéis a colocarem um copo de água sobre o rádio, a comprar rosas ungidas, lenços santificados, óleo de Israel e água benta do Jordão. Tudo isso não passa de outro anti-Evangelho, fogo estranho no altar.
            Mas o que devemos fazer diante desta triste constatação? Apenas lamentar? Apenas lançar torpedos de condenação a essas práticas condenáveis? Apenas alertar o povo sobre os perigos dos falsos mestres? Muito mais que isso, precisamos buscar o fogo verdadeiro. Fogo combate fogo. A melhor maneira de cercar o fogo é com fogo. Só o fogo autêntico pode apagar o fogo falso. Só o fogo do céu pode fazer morrer as chamas do fogo estranho. Deus sempre se manifestou através do fogo. Quando Deus apareceu a Moisés no Sinai, revelou-se através do fogo. No Monte Carmelo, Deus destronou a credibilidade do abominável Baal, mandando fogo do céu. Quando Salomão consagrou o templo, o fogo de Deus invadiu o santuário. No Pentecoste, o Espírito desceu sobre os discípulos em chamas como de fogo. Deus é fogo consumidor. O trono de Deus é fogo. A Palavra de Deus é fogo. Ele faz dos seus ministros labaredas de fogo. Jesus batiza com fogo. Sempre foi desejo de Jesus lançar fogo sobre a terra: “Eu vim lançar fogo sobre a terra e bem quisera que já estivesse a arder” (Lc 12:49).
            Quando a igreja perde o fogo do Espírito, o mundo perece no fogo do inferno. O Espírito Santo é poder. O Espírito Santo traz poder. Poder é dinamis. E dinamite só explode com fogo. Quando a dinamite explode, até pedra se quebra. O fogo de Deus lança luz sobre as trevas. O fogo de Deus aquece os que estão frios. O fogo de Deus queima o entulho do pecado e purifica aqueles que armazenam lixo no porão da memória e no sacrário da alma. O fogo de Deus não pode ser contido; ele alastra, salta obstáculos, desconhece dificuldades. O fogo de Deus não pode deixar de ser percebido. Onde ele está, as pessoas notam. O fogo de Deus atrai. Onde suas labaredas se levantam, é para lá que as pessoas correm. O fogo de Deus não pode ser fabricado nem produzido artificialmente. É resultado de uma vida no altar, de uma busca sincera, de uma consagração verdadeira, de uma entrega sem reservas de almas que suspiram pelo Altíssimo. Precisamos de um Pentecoste que apague o fogo estranho e acenda verdadeiramente labaredas do Espírito nos corações. Oh, o grande soluço de minha alma, o grande grito do meu coração, pé que eu possa ser um graveto seco a pegar fogo, pois estou certo de que, se o fogo pegar na lenha seca, até a lenha verde começara a arder.                                                                           
                                              
CONCLUSÃO.
O fogo é a própria emanação do ser de Deus e por isso os anjos, ministros seus que executam as suas ordens e são extensões do seu poder, são chamados de chama s de fogo. Quanto mais o fogo arder em nós, mais ligados ficaremos com Deus, pois os anjos terão facilidade para se aproximarem de nós. Quando João estava no Espírito ele entrou no dia do Senhor e teve visões dos últimos dias. Se entrarmos nesse nível do Espírito, não só teremos visões, como também poderemos ser transportados para o próprio trono de Deus. O fogo do Espírito é o único meio de transporte entre nós e o outro mundo.


           
              
           
              
           

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