sexta-feira, 17 de junho de 2011

O LOUVOR TRANSBORDANTE
TEXTO: ISAIAS 12:1-6.

Neste pequeno capítulo temos um cântico de salvação. Este cântico aborda alguns elementos interessantes:

1.       Perdão: “A tua ira se aplacou (v.1). Para saber como isto pode ser, havemos de olhar para o calvário.
2.      Salvação:(v.2) o perdão do pecado é seguido pela libertação do pecado. A culpa é expiada, o poder do pecado é quebrado.
3.      Manifestação da graça: (v.3) As fontes da salvação representam a suficiência graciosa que se encontra em Cristo.
4.      Louvor e testemunho (v.4-6) aqui temos 4 exortações: dar graças; invocar o nome; fazer notório os seus feitos; a declarar que exaltado é os eu nome.

Quero considerar o assunto fundamentando-me em três pontos principais.

I.                    O QUE É LOUVOR.
O louvor é um dos assuntos mais cêntricos da Bíblia. Várias palavras hebraicas e gregas que expressam esse assunto. O termo hebraico mais comum é Hallal cuja raiz significa fazer barulho. Yada, movimentos corporais que exprimem louvor. Zamar, louvor expresso mediante cânticos ou instrumentos musicais. No N.T, a palavra mais comum é eucharistéo: agradecer. Há também a palavra grega eulogéo: abençoar, bendizer.
Então louvar significa magnificar, aprovar, honrar, glorificar, oferecer ações de graças, elogiar, adorar, aclamar.
Louvar é reunir todos os feitos que conhecemos de Deus e expressa-los em palavras e cânticos numa atitude de exaltação e glorificação ao seu nome.
Quando expressamos nossos louvores, estamos atraindo a presença dos anjos de Deus e pondo os demônios a correr. (Sl 145: 1-7).
O louvor é o sacrifício espiritual ordenado aos cristãos (Hb 13:15).
Sacrifício implica que há um custo. Significa que não vou depender das disposições da minha carne ou sentimentos nem das circunstâncias para louvar a Deus. Ainda que esteja atravessando crises, dores, sofrimentos ou cansaço, haverá em meus lábios uma expressão de louvor. (Hc 3:19).

II.                  RAZÕES PARA SE LOUVAR
O louvor é prestado a Deus pelas seguintes razões:
a) Por sua majestade Sl 96: 1-6
b) Por sua glória Sl 138:5
c) Por sua excelência Sl 148:13
d) Por sua grandeza Sl 145: 3
e) Por sua bondade Sl 107:8
f) Por sua misericórdia Sl 89:1
g) Por sua longanimidade e veracidade Sl 138:2
h) Por sua salvação Sl 18:46
i) Por suas maravilhosas obras 89:5
j) Por suas consolações 42:5
l) Por seus juízos 101:1
m) Por seus conselhos eternos 16:7
n) Porque ele perdoa pecado 103: 1-3
o) Por sua proteção 71:6
p)Por seu livramento 40:1-3

            III.        TIPOS DE LOUVOR

  1. Louvor como arma contra o inimigo 2 Crônicas 20:19-22).
Quando o inimigo se levantar contra você; quando a crise bater à sua porta; quando parecer que um vendaval vem para destruir sua vida, não entre em pânico. Erga a voz em altos louvores ao Senhor de toda a terra. Dele é a guerra e ele está do seu lado. Sua função é louva-lo a dele é dar-lhe a vitória. Há um poder invisível no louvor, que é qual bomba atômica sobre o inimigo. Ele tenta todas as maneiras de lançar-nos no desespero, na angustia, na dúvida, no medo, mas se cada vez que investe contra nós nos encontra louvando a Deus, não terá outra alternativa senão reconhecer sua derrota e afastar-se envergonhado.

  1. Louvor em forma de cântico novo Sl 40:1-2.
Louvor não é encenação, não é mimetismo, não é ritualismo, não é emocionalismo, não é seguir fórmulas pré-estabelecidas.
Louvor que saltita e pula, mas não vive em santidade é ofensa a Deus.
Louvor que apenas verbaliza coisas bonitas pra Deus, mas não leva Deus à sério na vida, é fogo estranho diante do Senhor.
Louvor que não produz mudança de vida, quebrantamento, obediência e não leva as pessoas a confiarem em Deus, não é louvar, é barulho aos ouvidos de Deus.
O louvor que agrada a Deus é o expressar em espírito e em verdade.
Davi fala-nos sobre as balizas do louvor que agrada a Deus: Sl 40:3
·         Vemos a origem desse cântico: “E me pôs nos lábios um novo cântico”. Ele vem de Deus e não do homem.
·         Vem a natureza dele: e me pôs nos lábios um novo cântico. Não é uma nova edição, mas novo em sua natureza, é um cântico que expressa a marca de uma nova vida, liberta do tremendal da lama (v.2)
·         O objetivo: um hino de louvor ao nosso Deus, não é cântico para entreter ou agradar o gosto ou preferência das pessoas. Esse cântico vem de Deus e volta para Deus. Deus é o seu alfa e o seu ômega.
·         Vem o resultado do cântico: Muitos verão estas coisas, temerão e confiarão no Senhor. O louvor bíblico leva as pessoas a temerem a Deus, a confiarem em Deus. O verdadeiro louvor leva as pessoas a se voltarem para Deus.

  1. O louvor universal
Em primeiro lugar o Apocalipse 4:6-8 mostra a doxologia dos 4 seres viventes ao que está assentado no trono. Quem são esses quatro seres viventes que estão no meio e ao redor do trono? Alguns entendem que eles representam os quatro evangelhos. O leão mostra Jesus como rei.( Mateus). O novilho mostra Jesus como servo (Marcos). O homem mostra Jesus como o homem perfeito (Lucas). E a águia mostra Jesus como aquele que veio do céu e volta ao céu (João).
 Outros pensam que eles representam a totalidade da natureza. Cada figura tem preeminência em sua própria esfera. O leão é supremo entre os animais selvagens, o boi entre os animais domésticos, a águia é o rei das aves e o homem o supremo entre todas as criaturas viventes.
O que esses quatro seres viventes fazem? Eles proclamam sem cessar a santidade, a onipotência e a eternidade de Deus (4:8).
 Em segundo lugar vemos a doxologia da igreja ao que está assentado no trono (4:10-11).
João fala sobre três coisas importantes:
Primeiro o objeto da adoração. Os remidos adorarão Àquele que está assentado no trono e vive pelos séculos dos séculos.
Segundo, os atos da adoração. A igreja se prostra diante d’Aquele que está assentado no trono.
A glória deles é glorificar ao que está assentado no trono. Eles depositarão suas coroas diante do trono em sinal de total submissão e rendição.
Terceiro, as palavras da adoração. Tu és digno Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder. O trono de Deus está no centro do universo. Tudo acontece a partir do trono. Graça e juízo emanam do trono. Todo o louvor e glória são dirigidos Aquele que está assentado no trono.

 Em terceiro lugar temos a doxologia universal. O Cordeiro é adorado por quem Ele é: leão de Judá, Raiz de Davi e Cordeiro que foi morto (5:5-7). Também é adorado por onde está? Ele está no trono (5:6). De igual forma, Ele é adorado pelo que fez: com o seu sangue nos comprou para Deus e constituiu-nos reino e sacerdotes (5: 9,10). Ainda ele é adorado por aquilo que tem: a adoração de todo o universo (5:11-14).
            Que tipo de cântico é esse que lhe é entoado? Warren Wiersbe, comentado este texto, diz que João menciona aqui quatro cânticos: Primeiro, cântico de adoração? Tu és digno. Segundo, cântico de pregação: “Porque foste morto”. Em Gênesis 22 o cordeiro substitui Isaque (Cristo oferecido para o indivíduo). Em Êxodo 12:3, na Páscoa, o cordeiro foi morto por uma nação. Mas João 1?29 diz que o Cordeiro morreu para salvar os que procedem de todo o mundo. Terceiro, cântico missionário: “compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação”. Quarto, cântico devocional: “e os constituíste reino e sacerdotes” e, finalmente, cântico profético: “e reinarão sobre a terra”.
            Segundo Charles Erdman, os cânticos destes dois capítulos são dois grandes oratórios. 1) O oratório da criação (Cap. 4); 2) O oratório da redenção (Cap.5). Oratório é um gênero musical dramático, com solos e coros, acompanhados de orquestra. Aqui as vozes da igreja glorificada, dos serafins,dos anjos e da natureza se unem para o louvor celestial.
            Primeiro, o culto ao Criador começa com um quarteto, cantando o hino seráfico: “Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir”.
            Segundo, a isso segue o coro, constituído de vinte e quatro anciãos, a igreja, que prossegue o louvor do Criador: “Tu és digno Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas ”.
            Terceiro, então se ouvem os solistas: “Quem é digno de abrir o livro e de lhe desatar os selos?”.
            Quarto, vem o responso: “o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos”.
            Quinto, e quando o Cordeiro toma o livro da mão do Criador, ouvem-se em uníssono o quarteto e o coro dos anciãos, no novo cântico: “Digno és de tomar o livro e abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação, e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes: e reinarão sobre a terra”.
            Sexto, prorrompe o coro majestoso. São anjos que cantam. Vozes de milhões de milhões e milhares de milhares avolumam o canto triunfal: “Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra e glória, e louvor”.
            Sétimo prossegue o canto num arrebatador até alcançar o clímax de grandioso final. Não somente a igreja, os serafins, os anjos se combinam, mas ouve-se “toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há” louvando ao Criador e ao Redentor: “Àquele que está sentado no trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, eo domínio pelos séculos dos séculos”.
            Por fim, quando serena o estrondo do coro universal, ouve-se grandioso “AMÉM”, que parte dos lábios dos quatro seres viventes, os serafins. Segue-se um silêncio ofegante, e os anciãos (a igreja) se prostram e adoram.
            É assim a música do céu: Ao mesmo tempo em que ela é cheia de entusiasmo, produz profundo senso de adoração, a ponto de a igreja prostrar-se! Ninguém pode contemplar o Senhor na Sua beleza e no Seu fulgor, sem se prostrar.                                  
  
         
               
                   

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